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Já parou pra pensar em como o mundo está… perdendo a cor?

  • julho 1, 2025

Circulou pelas mídias sociais um post que mostrava duas ruas com trânsito intenso de carros, uma da década de 1980 e outra dos anos 2020. Na imagem da esquerda, apesar do filme fotográfico antigo não trazer a melhor nitidez em comparação com a fotografia digital da direita, é impressionante constatar a vivacidade cromática da indústria automobilística de 40 anos atrás. A época foi marcada por um grande avanço tecnológico, com a cultura pop e a comunicação de massa em pleno auge. Isso se refletia na paleta de cores dos produtos, com predomínio de tons “elétricos” ou “neon” que, nos carros, se traduziam em cores vívidas. Já a imagem atual mostra carros cinza, brancos, pretos, grafite. O máximo da alegria está nos verdes, azuis, bordôs, sempre escuros. Assim está pintado o tráfego atual da cidade. Raros são os vermelhos, amarelos… Ah, os táxis de Porto Alegre são alaranjados — desde a década de 1970. Mas em 2018, foi aprovada uma norma para torná-los brancos gradualmente. Hoje em dia, 50% da frota já empalideceu.

A provocação dessa postagem me levou a observar melhor os lugares que frequento.

A seção de roupas de uma loja de departamentos é chocante! Ou deveria dizer “tediosa”? Nas lojas mais chiques, o impacto é ainda maior: coleções inteiras calcadas no branco, preto, bege e marrom; araras e araras tão parecidas que me fazem perguntar se já não passei por aquele corredor. As cores neutras transmitem serenidade, seriedade, sofisticação e atemporalidade. Dizem que elas “estão sempre na moda”. Apesar de que, pela quantidade e recorrência, é possível afirmar, sem medo de errar, que fazem parte do zeitgeist atual. Se o comércio for mais popular, pode ser que encontremos um material promocional vermelho com preço. Mas só se for muito atraente!

Na arquitetura, o jogo das cores é parecido. Mas também há a tendência das materialidades mais perenes. A pedra, a madeira, o concreto, o ferro… Quanto mais original e menos industrializado, melhor para não marcar muito sua época. Afinal, uma casa, um prédio, deve durar décadas. O investimento é a longo prazo. Ninguém quer construir um imóvel que, no próximo anúncio da Cor do Ano da Pantone esteja “démodé” (escolhi o termo mais fora de moda de propósito; não é que eu seja velho).

E, assim, a cidade vai envelhecendo atemporalmente, se é que isso é possível.

Mas a mesmice material e cromática — ou o “minimalismo”, para deixar este texto trendy — não são as únicas. A criatividade como um todo está em processo autofágico. E, aí, incluo a publicidade nessa conversa (talvez seja até a culpada!). Vivemos tempos de alto custo reputacional. Praticamos a estética do medo. Somos adeptos do criativo seguro. Padronizamos nossos corpos, nossos rostos, nossas roupas.

O mundo está ficando sem graça porque risco virou ameaça.

A estética do algoritmo, da massificação e da escala eliminou o erro bonito, o excesso da ousadia e o desequilíbrio inspirador. Tudo em benefício do acerto meia-boca. Escolhemos o seguro, o clean, o flat, o neutro — e ficamos todos parecidos.

As perguntas que me faço são: as pessoas estão criando essa demanda e, por isso a oferta é essa; ou a ditadura das tendências é que estimula os consumidores a buscarem por esse padrão?

O papo é profundo. Tão profundo que o melhor é falar pouco. O mundo nos engole bem na hora que a gente achou que o teria dominado. Nos tornamos serviçais da nossa própria clausura. Gosto de pensar que quando estamos dentro do sistema e que é daqui que temos mais chances de mudá-lo. E isso tudo não se trata de um desabafo revolucionário ou de um manifesto cheio de teorias da conspiração. São apenas reflexões que podem nos deixar mais vigilantes em nossas próprias escolhas. É a desculpa que invento para não ficar maluco.

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