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Vivemos um cenário extremamente competitivo. As empresas correm atrás de resultados mais rápidos, equipes trabalham com metas audaciosas e a tensão muitas vezes toma conta das pessoas. Pensar em criatividade e investir na cultura de inovação na empresa pode parecer um risco, mas abordagens como o Design Thinking são ótimas saídas para aumentar a produtividade e os lucros.
É possível aplicar conceitos como o da inteligência coletiva, as práticas colaborativas e técnicas de criação para incentivar o pensamento crítico e a busca de soluções no dia a dia do seu negócio.
Neste post, vamos desvendar o Design Thinking e apresentar algumas possibilidades de aplicação para aumentar a criatividade e a inovação na empresa. Confira!
O que é Design Thinking?
Esse termo começou a ser usado por Robert McKim, em seu livro Experiences in Visual Thinking, como forma de levar o pensamento usado por designers para outras áreas de conhecimento. Com o tempo, essa abordagem foi se popularizando e conquistando mais adeptos devido aos bons resultados alcançados.
O Design Thinking não pode ser chamado de metodologia, pois, ao contrário do que o termo propõe, não possui passos predefinidos, não é uma receita que possa ser seguida para garantir o resultado. Ele é uma abordagem que incentiva o trabalho multidisciplinar, a troca de experiências, valoriza os diferentes pontos de vista e a diversidade dentro das equipes de trabalho.
Essa abordagem pode sofrer alguma resistência em instituições mais tradicionais, já que leva a repensar os processos de gestão, de produção e até a estrutura de alguns departamentos. Entretanto, os primeiros obstáculos não devem servir de impedimento, já que a cultura do Design Thinking pode ser aplicada de forma gradual, não drástica e se adaptar aos valores da empresa.
Quais são as etapas do processo?
Como já falamos, a abordagem do Design Thinking não possui uma estrutura de aplicação bem definida, que possa ser seguida à risca para garantir os resultados. Entretanto, alguns passos podem guiar a implantação e manutenção desse processo.
A identificação do problema/necessidade
É preciso estar atento às mudanças, mesmo as mais sutis, do mercado, monitorar os clientes e manter contato próximo com a equipe de trabalho, praticar o “cliente oculto”, seja por telefone ou presencialmente, são atitudes ajudam a perceber rapidamente as questões que precisam ser resolvidas e iniciar um processo de solução eficiente.
Na nossa experiência de anos, garantimos que o projeto começa com uma problemática e termina com outra. Não é raro termos realmente uma perceção equivocada da real dificuldade que a empresa passa.
Imersão
É hora de mergulhar na questão e absorver o máximo possível de informações. Aqui, deve-se observar como as pessoas estão reagindo ao problema, que soluções buscam e como outras culturas lidam com esse aspecto. As redes sociais são muito úteis nesse processo, pois permitem um acesso direto aos clientes.
É interessante buscar conhecimento de empresas de um setor diferente do seu, assim as chances de encontrar novos pontos de vista aumentam. O importante para o sucesso da imersão é deixar o julgamento de lado. Não descarte nenhuma ideia ou informação encontrada aqui! Tudo deve ser considerado num primeiro momento.
Gostamos muito de praticar o cliente oculto, seja por telefone ou presencialmente. A vivência do dia a dia de trabalho da empresa também ajuda muito a sair do universo racional e poder sentir realmente a experiência que está com problemas e é foco de análise.
Ideação
Depois de navegar pelo mar de informações colhidas, chega o momento de construir uma ideia. A solução encontrada vai tomando forma e sendo detalhada. Nessa etapa, já é necessária a análise da viabilidade técnica e financeira da proposta.
Testes
Faça um protótipo do produto idealizado, convide algumas pessoas para conhecerem o novo serviço, apresente o material desenvolvido para uma equipe de teste. A intenção aqui é ver como um grupo controlado reage à mudança proposta e avaliar os ajustes que podem ser feitos para corrigir e melhorar sua ideia.
Aplicação
Chegou o momento de implantação da ideia, que agora já é um projeto completo e bem embasado. Divulgue, analise e monitore a reação dos envolvidos. Assim, é possível encontrar eventuais problemas que ainda tenham restado e ajustar o caminho.
As etapas apresentadas devem ser repetidas sempre que necessário. Se houve falha na prototipagem, por exemplo, sua equipe pode voltar para a fase de imersão ou ideação e começar novamente. Uma das características do Design Thinking é a tolerância ao erro, pois ele permite que os envolvidos entreguem o melhor de si, sem medo de serem repreendidos.
Como implantar a cultura de inovação na empresa?
Uma das maneiras simples de incentivar a criatividade e a busca por soluções é a teoria dos 15%. Adotada por algumas empresas, essa técnica dedica 15% do tempo de trabalho do funcionário para o desenvolvimento de projetos inovadores dentro da sua área de atuação e seu campo de conhecimento.
Outra solução muito eficiente são os GES (Grupos de Estudos e Soluções). Formados por funcionários de diversos setores da organização, os grupos buscam ideias para melhorar os processos da empresa. Aqui, a diferença é a competição.
As equipes ganham pontos por ideias aplicadas, apresentam seus projetos em encontros, e ao final do período determinado, normalmente 1 ano, a equipe com maior pontuação é premiada.
O mais importante para que a cultura de inovação na empresa seja adotada com naturalidade e eficiência é a capacitação dos líderes para guiarem suas equipes na busca de soluções, valorizando a diversidade e evitando a censura de ideias e pontos de vista.
Como funciona a liderança criativa?
Para que se implante com sucesso uma cultura de inovação na empresa, é necessário que se valorize e incentive a liderança criativa. Isso significa que o líder deve fomentar o potencial criativo da organização como um todo, independentemente de departamentos e cargos.
Não só os departamentos de marketing, comunicação ou desenvolvimento de produtos precisam ser criativos. As soluções “fora da caixa” devem ser buscadas sempre, respeitando os limites financeiros, tecnológicos e, mais importante, a relevância para as pessoas afetadas.
O Design Thinking tem uma ligação muito forte com valores focados no ser humano, como a empatia, pois a verdadeira inovação tem de ser significante para as pessoas. A solução só será verdadeira se resolver um problema, saciar um desejo ou uma necessidade real do cliente.
Por isso, para implantar a cultura de inovação na empresa, é necessário expandir os horizontes e ir fundo nos anseios do público-alvo. Mais que isso, é preciso repensar quais pessoas a empresa pode atender; indivíduos que, até agora, não haviam sido considerados como potenciais clientes.
Na Incomum usamos práticas do Design Thinking na primeira no Plano Incomum, na etapa do diagnóstico junto ao cliente.