As redes sociais estão tão presentes na nossa vida que parece que sempre existiram. A primeira a bombar no Brasil foi o Orkut, que surgiu em 2004. Muitos pensavam que era apenas um modismo. Ninguém cogitava, na época, a hipótese de utilizar esse canal comercialmente.
Quase 15 anos se passaram e muita coisa mudou. Hoje, acontece o contrário: pouca gente imagina como seria o dia a dia sem as mídias sociais e estar presente nelas é praticamente uma obrigação para empresas de todas as áreas.
Às vezes elas parecem mundos à parte. É um erro, porém, separar redes sociais e “vida real” ao traçar uma estratégia de comunicação institucional para esse meio. As particularidades desse mundo devem ser levadas em conta, mas o perfil do público-alvo e o propósito da empresa são os mesmos.
Conforme as marcas começaram a buscar seu espaço nas redes sociais, as próprias plataformas foram se ajustando para aproveitar essa oportunidade. A fonte de receitas do Facebook, por exemplo, vêm do investimento que as empresas fazem em anúncios e posts patrocinados no site.
Esse novo universo da publicidade às vezes parece um tanto científico, já que há uma série de números e práticas para obter os melhores resultados e monitorar o desempenho. Isso é muito legal, pois permite otimizar o investimento e saber com precisão qual o retorno sobre ele.
“A curtida, por exemplo, em muitas situações é uma métrica de aparência, que não é muito importante”, opina Marina Barros, coordenadora de mídias sociais da agência Incomum.
Imagine que uma empresa publica um post que viralizou, recebeu centenas ou milhares de curtidas e resultou em muitos seguidores novos. Quantas dessas pessoas realmente conhecem o produto ou serviço dessa marca, já o consumiram, têm o potencial de consumir ou de influenciar pessoas?
“Às vezes, o cliente precisa de tráfego para o site, de vendas no seu e-commerce ou de visualizações em um vídeo. Essas são métricas tão importantes quanto as curtidas, comentários e compartilhamentos”, exemplifica.
A partir dessa orientação, o cliente entende que curtidas em conteúdos que não estão relacionados com a marca não têm tanto valor assim. E compreende que trabalhar com redes sociais não é só produzir loucamente, e sim falar sobre a empresa, seus produtos, serviços e conceitos de uma maneira que desperte o interesse do usuário. Um desafio e tanto.
“É um processo de educação, mas vale destacar que todo mundo está aprendendo. É um universo que muda todos os dias, e rotineiramente lidamos com novos objetivos a serem atingidos”, pondera a coordenadora de mídias sociais da Incomum.
O desafio é maior para quem estava acostumado com os tempos em que a publicidade era menos horizontal, diferentemente da fase atual, em que as redes sociais representam um canal de comunicação direto com o público consumidor, que se torna um verdadeiro interlocutor. É um cenário que exige maior atenção e transparência.
O que podemos garantir é que não há fórmula pronta no trabalho com redes sociais. Cada marca tem sua história, seu contexto e suas metas, e a estratégia nesses canais deve considerar todas essas particularidades.
Antes de sair criando conteúdo de qualquer maneira, é necessário definir qual é o objetivo por trás de cada perfil nas redes sociais e, a partir daí, planejar quais as métricas serão acompanhadas.